O mercado de startups brasileiro está em sua 2ª década de crescimento contínuo e consistente, o que só reforça o quanto cada vez mais novos negócios irão surgir e precisarão se diferenciar para se destacar. Nesse sentido, é fundamental construir uma marca que transmita os atributos corretos para o seu público e comunique o que a empresa realmente acredita em sua essência.
No mundo do marketing, essa abordagem holística sobre uma marca e seu posicionamento é conhecido como branding. Só que entre as startups brasileiras, o conceito ainda está muito ligado aos elementos visuais de um negócio, como logo, identidade visual e nome. Aspectos como estratégia de posicionamento de marca, investimento em equipe dedicada, arquitetura de marca e pesquisa de percepção de marca com clientes são menos demandados na hora de se investir em branding. E tem gente até que diz que nunca investiu em branding.

A leitura é resultado de uma pesquisa feita pela Allídem, empresa que cria projetos de identidade de marca, com 335 líderes de startups e empresas de tecnologia do país. A amostra contou com a participação de leitores do Startups. A 1ª pesquisa no Brasil sobre construção e posicionamento de marca na nova economia teve a Snaq como co-relizadora e também contou com apoio da 100 Startups, a55, Abfintechs, Abstartups, Bossanova, CapTable, Confraria do Empreendedor, Cubo, Fisher, KPTL, Liga Ventures e Poli Angels. A metodologia é da Mindminers.
A pesquisa completa pode ser acessada neste link.
Mais de um terço de quem participou da pesquisa (35%) disse acreditar que branding se trata da forma como uma marca se comunica com seus clientes e com o mercado. Para pouco mais de um quarto (27%), branding é sobre reconhecimento e reputação de uma marca. Já 24% avaliam que é a gestão dessa marca.
De acordo com Nathalia Frontini, fundadora da Allídem, a maioria das startups (84%) entende a importância do branding para a estratégia ou geração de valor da empresa. Só que na hora de colocar isso em prática, há um outro lado da moeda. “Há uma dor de fazer acontecer dentro de casa, e essa dor está atrelada às pessoas”, afirma . Os desafios incluem desde a falta de uma comunicação clara entre líderes e times, até a dificuldade de encontrar profissionais qualificados – afinal, a disputa por talentos está acirrada, e ainda tem muita gente dando um “bye bye Brasil” para ganhar mais no exterior.
Para 31% dos pesquisados, o maior desafio para manter a consistência da marca é a equipe atuando de forma coerente. Outros 23% acreditam que a as constantes mudanças na estratégia de negócios são o principal problema. Já 18% colocam a importância de as lideranças e os sócios compreenderem a importância dessa consistência. “Na nova economia as mudanças são frequentes. Mas a marca tem que sustentar o macro, manter seus valores”, diz Nathalia.