As tendências do e-commerce para 2022

Publicado em 14 . 01 . 2022

Helio Moreira

Formado em Publicidade, pós-graduado em Design de Embalagem e em Design Thinking e com especialização em Branding. Em 2011 atuou como consultor de marketing na Revista Exame PME. É membro do Grupo de Jovens Empreendedores do CIESP e palestrante nas áreas de Branding, Design e Marketing. Atualmente também leciona aulas para o MBA em Branding da Trevisan Escola de Negócios, no módulo de Design Thinking aplicado aos negócios. São mais de 15 anos de experiência e sempre que pode Hélio Moreira também colabora com artigos sobre gestão de marcas, marketing e design para o Estadão, Revista Exame PME, Folha de S. Paulo, entre outros veículos.

Artigo Metrópoles

Especialistas abordam tecnologias, facilidades e inovações que estão por vir no ambiente de compras on-line.

Você já comprou alguma coisa pela internet? Se sua resposta é sim, significa que você já é um cliente de e-commerce, essa tendência mundial que cresce ano após ano.

As vendas do e-commerce no Brasil chegaram a R$ 53,4 bilhões só no primeiro semestre de 2021, um recorde, de acordo com uma pesquisa realizada pela Nielsen. E em comparação ao mesmo período de 2020, houve um aumento de 31% nas vendas totais. Mais de 42 milhões de pessoas compraram pela internet e, desses, 6,2 milhões representam novos usuários.

Já dá para ver que essa modalidade de comércio veio para ficar. E para explorar um pouco mais do potencial desse mercado, vamos falar sobre as principais tendências do e-commerce para 2022.

Será que nossa bola de cristal acertará nas previsões? Vamos lá!

Tendências do e-commerce para 2022

Metaverso

Se vamos espelhar a vida real em um mundo virtual, certamente o e-commerce terá grande participação nesse universo.

Imagine que você conversa com alguém nesse lugar virtual, um amigo compartilha com você que gosta de um estilo de roupas o modelo, e logo surgem diversas opções para você olhar e, se quiser, comprar. Tudo de forma virtual.

Essa é a ideia do e-commerce para o ambiente do Metaverso. Que deve inclusive contar com lojas inteiras digitais em um futuro próximo. Até mesmo  hoje, empresas como a Epic Games e o Fortnite já oferecem itens ou lojas virtuais no universo do game. Isso deve expandir para outras tecnologias e outros universos virtuais que estão por vir.

Meios de pagamento cada vez mais abrangentes e cashbacks mais agressivos

Apesar dos boletos e cartões de crédito se manterem firmes e fortes, novas maneiras de pagamento estão cada vez mais populares. E essa tendência de seguir a tecnologia deve permanecer durante o próximo ano.

O PIX, por exemplo, se alastrou nacionalmente como um meio prático e fácil de realizar pagamentos em lojas virtuais.

Segundo uma pesquisa realizada pelo Banco BS2 em parceria com o Opinion Box, 74% dos empreendedores apontam o PIX como o principal meio de pagamento, acima do dinheiro (66%), cartão de crédito (60%), cartão de débito (60%), TED (56%) e DOC (37%). Isso deve aumentar em 2022. E além disso, há grande probabilidade de as carteiras digitais ganharem mais espaço.

As eWallets, como também são chamadas, consistem em guardar o seu dinheiro especificamente para aquele e-commerce, geralmente oferecendo benefícios. Um desses benefícios são os cashbacks – dinheiro que retorna, em parte, quando você faz compras. Portanto, a aliança entre PIX, carteira digital e cashback promete seguir firme, forte e mais abrangente daqui para frente.

Experiência de compra personalizada

Algumas marcas querem um diferencial significativo em relação à concorrência, e para isso investem em compras personalizadas. Isso faz com que o consumidor possa, por exemplo, personalizar os itens que comprará do jeito que fique único para ele. Isso, por exemplo, tem sido experimentado por grandes marcas em lojas on-line, como a Nike.

Essa personalização, porém, é algo extremamente minucioso e exige excelência na gestão e operação de um e-commerce.

“Para uma experiência completa do cliente no mundo virtual, as plataformas e-commerce das empresas devem estar preparadas para esse novo modelo de consumo, que vem se consolidando de forma exponencial a cada dia”, diz Heitor Bover, CEO da eMutua Digital, startup que oferece plataforma, soluções e consultoria para o desenvolvimento de um e-commerce. “As empresas devem começar, de imediato, a planejar e estruturar o seu ecommerce com as novas tecnologias disponíveis para conseguir atender essa nova demanda. Uma plataforma moderna, flexível e totalmente customizável é imprescindível para o sucesso das empresas no futuro do comércio virtual.”

No mais, essa tendência deve em breve se tornar mais comum não só em lojas de vestuário, mas também em produtos de decoração, por exemplo.

Tecnologia via Realidade Aumentada e Inteligência Artificial

Aquela jaqueta ficaria bem em mim? Será que aquela cor fica boa na minha parede? Aquela poltrona cairia bem com os outros móveis da sala? Tudo isso pode ser respondido on-line por meio da Realidade Aumentada.

Muitas lojas on-line oferecem a tecnologia para que o consumidor veja, na hora, se o produto suprirá os seus interesses antes mesmo da compra. Isso supre uma vantagem que até então era exclusiva do varejo off-line. E abre espaço para mais formas de explorar isso – como visualizar produtos de formas nunca antes vistas, e até mesmo em diversos tipos de ambientes distintos.

A tendência é que mais lojas de departamento, roupas ou de tintas, por exemplo, passem a utilizar a tecnologia para tornar seus produtos cada vez mais atrativos.

Formatos multimídia, omnichannel e as redes sociais

Os comércios precisam se manter em evidência se quiserem vender. E para isso, é preciso presença na internet e em todas as mídias. Ter uma marca multimídia é a resposta para isso. O uso das redes sociais para divulgar e ter contato com os seus clientes é importante. Não menos crucial, é a experiência omnichannel – que nada mais é do que a integração da experiência de compra contínua entre todos os dispositivos. Seja computador, seja smartphone.

A otimização do e-commerce para dispositivos móveis, assim como aplicativos destinados para as lojas, cada vez mais se tornam obrigatórios. E integrar tudo com as redes sociais, site e todos os formatos de mídia é a tendência para manter as marcas em alta evidência.

“O comércio virtual está cada vez mais fazendo parte do dia a dia dos consumidores. As plataformas e-commerce mais modernas já são projetadas para funcionar como um hub, que ‘conversa’ com todas as mídias sociais e canais de venda disponíveis, fazendo com que o cliente esteja em contato constante com a marca. As empresas que entenderem que o consumidor não quer simplesmente comprar um produto, e sim interagir com a marca antes da compra, terão uma enorme vantagem competitiva em seu mercado”, diz Heitor Bover, CEO da eMutua Digital.

“Oferecemos uma plataforma customizada para cada segmento, essa abordagem é que nos permite uma taxa de sucesso acima do mercado, pois entendemos que a interação do cliente com as marcas é diferente, conforme o mercado de atuação da empresa. Não funciona mais replicar o mesmo modelo de e-commerce para segmentos diversos. O grande diferencial está na customização da plataforma e-commerce para cada segmento específico do mercado”, acrescenta Bover.

Mais transparência e dedicação para satisfação do consumidor

Outro fator entre as tendências do e-commerce para 2022 está na transparência das empresas e marcas em relação aos consumidores.

De acordo com a pesquisa realizada pela Freshworks Inc, a maioria (77%) dos consumidores está disposta a trocar dados para uma experiência mais personalizada, rápida e baseada em valores.

Ainda segundo a pesquisa, três em cada quatro brasileiros (76%) pararam de fazer compras em algumas empresas por problemas de comunicação com o cliente.

Isso significa que é muito importante, e deve entrar ainda mais em evidência no futuro próximo, que a marca ofereça recursos e soluções para trabalhar com transparência no atendimento ao consumidor. Seja por meio de SAC, redes sociais, suporte ao cliente ou qualquer outro canal.

“Quase a totalidade dos empresários com quem eu converso, dizem que seu diferencial competitivo é a qualidade do seu atendimento. Porém, 99% das pessoas que eu conheço reclamam da qualidade do atendimento que ela recebe em contato com algum produto/serviço. Ou seja, o termo qualidade não significa nada, se você não transformá-la em uma ótima experiência em todos os pontos de contato”, afirma Helio Moreira, da NewGrowing Branding & Design.

“Um exemplo é essa nova onda de cardápios on-line via QR Code, que muitos estabelecimentos físicos estão utilizando devido à Covid. Mas que na percepção dos clientes não está sendo uma boa experiência. Não basta usar a tecnologia. É essencial utilizá-la com eficiência. Seja utilizando uma plataforma digital mais intuitiva, com um design personalizado, seguindo a sua identidade e com uma solução de usabilidade que torna a experiência de compra mais atrativa, eficiente e que supera as expectativas. Essas ações podem elevar o grau de percepção positiva junto à sua marca, criando um laço de valor alto e consequentemente tornando aquele momento único. O que faz com que o consumidor não apenas compartilhe essa experiência com as pessoas ao seu redor, como também se torne um consumidor fiel da sua marca”, explica Moreira.

Greentechs e a consciência com o Meio Ambiente

As chamadas Greentechs estão em alta, e essa é uma tendência mundial. Empresas que se preocupam com o meio ambiente ou oferecem iniciativas para ao menos reduzir o impacto ambiental com seus serviços e produtos.

De acordo com uma pesquisa feita pelo Unior + Webster, 87% dos consumidores brasileiros preferem comprar de empresas sustentáveis quando há essa possibilidade. E, segundo a Nielsen, 75% dos consumidores globais mudaram seus hábitos de consumo para reduzir o impacto ambiental.

Isso mostra como a posição das marcas determina como os clientes as veem. E como a tendência de preservação do meio ambiente ganha espaço também no e-commerce – que buscam alternativas ao oferecer embalagens sustentáveis, itens de vestuário reciclados ou têm consciência sobre os seus impactos relacionados à energia elétrica, por exemplo.

Uma das startups brasileiras que investe na tecnologia para se tornar uma Greentech é a Refriplay – que oferece soluções para empresas, técnicos e consumidores do ramo da refrigeração.

“No caso da Refriplay, estamos investindo pesado em inteligência artificial através de uma placa onde poderemos monitorar a eficiência energética, e isso é muito importante para o meio ambiente. Além de oferecer uma redução no consumo do cliente, vamos monitorar o fluido refrigerante que cada máquina possui, pois os gases CFC e HCFC são grandes poluidores. Nosso projeto indica aos clientes equipamentos mais eficientes tanto em consumo energético como gases mais limpos ao meio ambiente”, afirma Rafael Macari, CEO da Refriplay.

Crescimento contínuo

Por fim, a última tendência, que já não é muita novidade, levando em conta que há algum tempo lojas virtuais não param de crescer, é o aumento da popularidade do e-commerce.

Cada vez mais pessoas estão comprando on-line. E não vão parar de comprar on-line por muitos motivos. Há facilidade, praticidade e especialmente o conforto de “ir ao shopping” do sofá da sua casa ou até mesmo da sua cama.

Isso faz com que cada vez mais investimentos sejam feitos nesse setor, e cada vez mais a gente possa ver novas tendências e tecnologias surgindo.

Este artigo foi escrito com a colaboração de três especialistas: Heitor Bover, CEO da eMutua Digital; Rafael Macari, CEO da Refriplay; e Helio Moreira, CEO da NewGrowing

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